domingo, 11 de dezembro de 2022
segunda-feira, 3 de outubro de 2022
Ho bisogno del silenzio del mattino
silenzio del mattino lavato dalla bruma della notte
che ha pianto pene di poeti destati.
Ho bisogno del silenzio più stanco della notte
dove le migliori allegrie delle immagini sorgono nella scrittura
per aiutare quel che il pensiero risuona e si unisce alla bruma e lava e ci trasforma.
Amo la vita nell'inquietudine di me
quando mi preparo ad uscire da quel che è logico.
(In: Da Estrada Vermelha)
(Trad. A. Fresu)
..
Preciso do silêncio da manhã
silêncio cristalino lavado pela cacimba da noite
que chorou mágoas de poetas acordados.
Preciso do silêncio mais cansado da noite
onde as maiores alegrias das imagens na escrita surgem
para ajudar o que ressoa o pensamento e se junta à cacimba e lava
lava e nos transforma.
Gosto da vida na inquietude de mim
quando me preparo para sair do que é lógico.
Inez Andrade Paes in Da Estrada Vermelha (p.5) edição da autora
domingo, 3 de julho de 2022
quinta-feira, 26 de maio de 2022
Hoje farias 97 anos
À minha Mãe que me ensinou a amar
sobre a água
dentro dela
anda uma ponte
sobre
a água
dentro
dela
anda
uma ponte
de
noite deita-se
levando-a
inteira ao fundo espaço
verde
de
oiro
um
musgo
prende-se
nos seus pés
e
marca
todo
o caminho de volta
Inez Andrade Paes in Sobre a Água Dentro Dela Anda uma Ponte (p.67) - Glaciar - 2018
segunda-feira, 18 de abril de 2022
segunda-feira, 21 de março de 2022
ci sono uccelli in fondo a quest’oceano
ci sono uccelli
in fondo a quest’oceano
e sguardi esangui accanto alle conchiglie
saprai tu cantare come loro?
o in questo mare il sale non cura?
tante ferite aperte e crude
soffrono come patelle alla deriva
strofinando per terra
le lingue aperte
al margine di
tutti i volti sentiti
e gli sguardi dispersi in mezzo a tutto
quello che è mare e quello che è fondo
(Tradução Anna Fresu)
há pássaros no fundo deste oceano.
e olhares exangues ao lado das conchas
saberás tu cantar como eles?
ou neste mar o sal não cura?
tantas feridas abertas e cruas
sofrem como lapas à deriva
roçando no chão as línguas abertas
à margem de todos os rostos sentidos
e os olhares dispersos no meio de tudo
aquilo que é mar aquilo que é fundo
V.10.16a
Inez Andrade Paes in À Margem de Todos os Rostos,(p.29) - Coisas
de Ler, 2017
quinta-feira, 10 de março de 2022
"Poemas ibéricos"
ama
levanta o olhar para o horizonte
é lá que ao entardecer a morte deixa a paz
ama
levanta la mirada al horizonte
allí al atardecer la muerte deja la paz
(inédito, 2021)
Poemas ibéricos (25) INEZ ANDRADE PAES