domingo, 29 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
Levou consigo, aqueles olhos azuis de amor
o mesmo azul dos teus olhos transparece na água cálida
em que teu corpo surge
profundo pensamento levanta-se em todo esplendor
de profundo pensador
da tua mão agarrei em paterna dor
ausência liberta
mesmo aquela
cálida serena dor
em que sentem Poetas
quando a morte aperta
a garganta
os cala
na mais translúcida água a que pertences
levo-te flores que deposito na margem
as vagas tranquilas vagas tocam
no teu olhar azul
todas as pétalas que quis para ti são meu abraço
Virgilius
Inez Andrade Paes, em memória de Virgílio de Lemos - 6 de Dezembro 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
terça-feira, 19 de novembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
sábado, 26 de outubro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Gaston Lacombe Visual Stories
A pena aplicada sem causa nenhuma.
A vergonha da curiosidade humana.
A verdadeira ignorância atrevida.
O abandono de vidas.
Nunca comparando.
É a prisão de animais em prol do prazer humano.
Não sou a favor de zoos
Não sou a favor de zoos marinhos
Não sou a favor de qualquer espectáculo com animais.
Inez Andrade Paes
sábado, 21 de setembro de 2013
Pego em tuas mãos, com linhas tão claras e definidas e tão à flor da pele, e tão à flor de todos os nossos sorrisos e de todos os nossos vícios que é a vida, de ser nascido numa África que hoje se senta ao colo de todos os poderosos, mas que na sua social essência, é tão pobre como as mãos dos que nos abraçam e são amigos. Mas esta pobreza está só nas mãos vazias de ambição. Porque Moçambicano que se preze não tem ambição, porque nasceu num chão onde a plenitude está.
Tuas palavras, querido Poeta, são lanças de flores e água que os pássaros vêm buscar e levam para o Mar.
Não seria esse Mar tão nosso conhecido e onde a Glória repousa ainda e se modifica na textura lírica que se perdura nela e em todos nós? Não seria esse Mar tão teu, como os que te amortalham e te seguem, lambendo as hastes modestas que te crescem como asas mas que não te deixam voar porque aqui sentes, meu querido Poeta, aqui no nosso chão de onde as nossas Mães secretamente nos velam. Aqui estão as mãos dos pretos que nos criaram e nos abraçaram e nos amaram sempre sem a lei dos que não sentem, sem a lei dos que pensam saber que com frases feitas só as margens da folha nos são dadas para a escrita.
Mas tu sabes Poeta, querido Poeta, nós temos o papel todo, até aquele que nos serviu de exemplo através das mãos dos outros Poetas que estiveram presos e nos passaram um testemunho exacto da segurança que é necessariamente humana.
Liberto estas palavras secas, em memória de todos os nossos Queridos Poetas Mortos e levanto-me contigo na mesma luta que continua, pelo mais fraco e pelo que enobrece e dá o corpo na frente da batalha que ainda não está ganha e que não pode ser exemplo dos que estão em frente e desassossegam um Povo que já deve estar livre de todas as amarras que estão gravadas e evidenciadas na história que outros ainda se vangloriam e não dão exemplo de nada.
Levanto-me contigo em toda a Nobreza que tem sido a tua Palavra e dignifico a causa de uma luta saturada, aberta e com a urgência de ficar cicatrizada.
Ao Povo Moçambicano e a todos que da escrita dão voz àqueles que não conseguem com a escrita dignificar a Vida.
Inez Andrade Paes, em resposta ao Poeta Eduardo White – 17 de Setembro de 2013
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
sábado, 14 de setembro de 2013
sábado, 7 de setembro de 2013
EM MEMÓRIA DOS MORTOS NA SÍRIA
Espero que o sol se
levante desta bruma
espasmos como açoites
em corpos frágeis por engasgos de ar envenenado
caras arrepanhadas de
dorem agonia
um impacto criado
foram homens foram homens que mataram
largaram as bombas e
fugiram
são crianças são crianças entre as penas
tantos pássaros de
asas de seda que na Síria morreram
Voem meus meninos Vossas Mães estarão à espera
Voem para o Norte que o Verão aí está a ser cruel
Voem com as vossas asas de seda
:::::::::::::::::::::::::::
Lembrem-se
os homens são frágeis Lembrem-se
de máscaras todos podemos ser
Mas daquelas que deviam ser as caras
são marcas pesadas e desgraçadamente falsas
As que mandaram abater
Não sintam o que não é para sentir sintam o que é para ser
Lamentem que no vosso chão a morte foi ouvida
Por gemidos de asas a bater
Que abatendo assim Pássaros
serão eles vossas sombras
No altar do amanhecer
Inez Andrade Paes
terça-feira, 27 de agosto de 2013
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
separadamente
uma aqui outra ali
duas árvores mortas
em pé
com o tronco esburacado com a ajuda de um pássaro
no chão corre uma planta que se ergue na árvore morta
e nos restos dos braços da árvore
a planta iça as suas hastes longas
e tenta chegar à outra
dança
balança
e cresce e quase se lança
o vento sopra e a haste enrola-se
no galho mais fino que sobra na ponta daquele ramo
agora a planta veste a saia que aperta
à outra árvore que ali se mantémduas árvores mortas
ali à espera do pica-pau que as livre das larvas
e lhes borde o tronco com rendas ocas que decoram a saia
Inez Andrade Paes
sábado, 17 de agosto de 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
A QUALQUER UM COM OLHOS ASSIM
teus olhos verdes
guardam jóias
que só brilham quando o sol lhes bate
assim sorria ela com seus olhos verdes
e se eu olhava ela olhava para os sapatos
pretos daqueles duros de verniz
e apertei no peito
até quase sem ar e sem respeito atirar-tos ao peito
como alfinete decorado de rubis
teus olhos verdes fecham-se quando sorris
e o brilho da madrugada nessas jóias lembra-me que hoje
a tua gargalhada ecoa perto de mim
teus olhos verdes
guardam jóias
que só brilham quando o sol lhes bate
assim sorria ela com seus olhos verdes
e se eu olhava ela olhava para os sapatos
pretos daqueles duros de verniz
teus olhos verdes
guardam todos os segredos que eu não quis e apertei no peito
até quase sem ar e sem respeito atirar-tos ao peito
como alfinete decorado de rubis
teus olhos verdes fecham-se quando sorris
e o brilho da madrugada nessas jóias lembra-me que hoje
a tua gargalhada ecoa perto de mim
atira-me essas jóias em lágrimas
guardá-las-ei no jardim perto daquele ninho de chapim
Inez Andrade Paes
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
quarta-feira, 31 de julho de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
sábado, 20 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
Som e sangue e a passividade do Amor
um vulto arrasta o ar violentamente ferido
de morte tomba
numa emboscada
barridos cortam estalos de cigarras na imensidão agreste;
ferido de morte
em poça de sanguefica
outros barridos numa retirada descontrolada
corrempara que lado
há morte
o homem está em guerra
contratadaarmas poderosas estudadas ao milímetro
para um tiro
de morte
está
com lágrimas grossas a cortar poeira
olhos grandes
como pedras de negro vidro brilhante
o homem está em guerra
arrasafloresta e arbusto cerrado
a matriarca foi morta
emboscadapreparada
descontrolada a manada
corta o mato parado
seco sós
e a sombra dos seus corpos
o homem está em guerra
na poça de sangueplantas encarnadas trazem à memória
um dia alguém deu ordem
Matar Elefante
Inez Andrade Paes
segunda-feira, 1 de julho de 2013
O acordo do desacordo.
Quando acordamos no sentido das palavras, muitas vezes já
somos adultos.
- Um Espectro de Luz, senhores –
Mas há palavras que nos tocam desde muito pequenos - o
caso da palavra espectador - de que somos parte, em casa, na escola, a brincar
e até quem teve oportunidade de ir ver um espectáculo.
Somos Espectadores.
A palavra Espectadores, que li num panfleto publicitário de
uma Câmara Municipal como “Espetadores”.
Agora mandam-nos escrever assim, ”Espetadores”
No panfleto: “Estavam
lá 50 mil espetadores”.
Pergunto, espetadores de quê? O que é que 50 mil, espetavam?
Inez Andrade Paes
sábado, 29 de junho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
laboriosamente enrolam-se chagas e outras plantas
do escuro do chão avançam
com tons de sol e cheiro amargo elas
as outras
pálidos verdes atados
já sem estrutura
tombados
secos
miseravelmente à espera de um engaço que os arranque
e deixe de novo a raiz atenta
a nova chuvada
que o vice
e se alargue a planta
Inez Andrade Paes
sábado, 22 de junho de 2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
segunda-feira, 10 de junho de 2013
“Adeus.
Agora
vou deixar-te poesiaque termina o dia
e a noite começa”
deixado na campa de Glória de Sant’Anna, com um vaso de crisântemos.
o olhar ficou
as lágrimas ainda
são gladíolos e crisântemos
deixados na pedra branca
chuva contínua pequenina
roxos gladíolos
abraçaram os crisântemos mancharam o papel e a tinta
Inez Andrade Paes
segunda-feira, 3 de junho de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Poeta, Eduardo White / foto de Bruno Mikahil
Vencedor do Prémio Literário Gloria de Sant’Anna - 2013
Até ao sal, disso, indiferente.
indeformáveis e intactos.”
Eduardo White In O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados - ALCANCE EDITORES – Moçambique
Teresa Roza D’Oliveira – Artista Plástica
Eugénio Lisboa – Ensaísta e Crítico Literário
Victor Oliveira Mateus – Escritor
Américo Matos – Director do Jornal de Válega
Vencedor do Prémio Literário Gloria de Sant’Anna - 2013
“Nada,
Nem sequer um limpo pranto,
Um olhar branco, uma agonia.
Nada.
A tudo é imune, o faquir,Até ao sal, disso, indiferente.
Ele, o rosto e o corpo,
Nitidamente permanecemindeformáveis e intactos.”
Eduardo White In O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados - ALCANCE EDITORES – Moçambique
Júri
Fernanda Angius – Estudiosa de Literatura MoçambicanaTeresa Roza D’Oliveira – Artista Plástica
Eugénio Lisboa – Ensaísta e Crítico Literário
Victor Oliveira Mateus – Escritor
Américo Matos – Director do Jornal de Válega
domingo, 5 de maio de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Como esta criança, de certeza tantas outras se abrigam dentro das suas linhas imaginárias. Agora que a vida tornou-se numa correria e o tempo real é esquecido, estas crianças são o reflexo de um futuro próximo.
abandono
um deserto em
cima da cabeça de uma menina
esquecida
na linha
determinada em consciência
abandono
decidido e capaz
liberta dos maus
liberta de pena
na linha do âmago
em que o duro
chão
é colo
só dela
Inez Andrade Paes
quinta-feira, 4 de abril de 2013
sábado, 30 de março de 2013
sexta-feira, 29 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
abelhas
mal tocam a parede daquela casaalegres em sintonia
tentando poiso
mas logo vão ter com a flor
que ali perto se abre ao sol
gulosamente se esfregam arrumando o pólen
nas peludas e negras patas
que sujas
são
carregadas e amareladas
e
voltam
entram
e
sábado, 23 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
Exploração de grafite em Cabo Delgado
esventram
esventram
esventram o chão
e não deixam pão
Inez Andrade Paes
http://opais.sapo.mz/index.php/economia/38-economia/24625-triton-minerals-inicia-exploracao-de-grafite-em-cabo-delgado.html
sexta-feira, 15 de março de 2013
sexta-feira, 8 de março de 2013
Mulher
olhar eterno naquela janela
esconde a solidão do corpo
silhueta que o sol apresenta
numa das faces tristeza plena
na outra
um fugaz sorriso
quando o passarinho passa e deixa
um olhar esquivo
tão preciso
o olhar eterno numa janela
esconde o silêncio do fundo da casa
Inez Andrade Paes
sexta-feira, 1 de março de 2013
A Lista Final dos Candidatos apurados ao Prémio será divulgada
a 17 de Abril em, http://gloriadesantanna.wordpress.com
http://gloriadesantanna.files.wordpress.com/2012/11/premioliterario-regulamento.pdf
sábado, 16 de fevereiro de 2013
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
POEMA a ti
Alba
solidão entre sereias
e algas
que em terra se abandonam
magoam tanto os meus pés descalços
entre as cortadas partes
que ao sol ficaram
inda percorro a terra molhada
orvalho sem dono
com o som do teu respirar vindo da toca
um homem velho
um homem belo
sinto-te aqui entre os meus afazeres
a subir a escada
com poeira cinza e heras enroladas
danças comigo de novo?
Inez Andrade Paes
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Ao Poeta Virgílio de Lemos que escreveu o primeiro verso, nome do seu livro editado em 2001
“Para fazer um mar”
devolvo-te as pedras que tinha guardadas
lavadas
agrupadas
arrumadas e contadas
.
para juntas voltarem a estar
.
nas ondas que lavam
nas ondas que banham
tuas mãos cansadas
teus olhos aflitos
teu corpo ausente
.
sempre serenamente
aguardo o vento morno que te traz
Inez Andrade Paes
Subscrever:
Mensagens (Atom)