terça-feira, 19 de dezembro de 2023
quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
ama
alza lo sguardo all’orizzonte
lì al crepuscolo la morte lascia la pace
afferra il filo della coscienza
non lasciare che quel vestito si spiegazzi
per un peso che non è il tuo
solleva il velo che si è acceso
ci sono mani nel grembo di quell’orizzonte
e presto si diffonderà in una forte luce di fuoco
(inedito, 2021)
Incontro con la poesia di Inez Andrade Paes, traduzioni e critica poetica di Yuleisy Cruz Lezcano
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
os dias partem palavras
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
terça-feira, 5 de setembro de 2023
in É o teu rosto fecundo entre bivalves, Revista Caliban, 2017
Leitura do livro "Serão os Cisnes que Voltam?" de Alfonso Pexegueiro
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
CANGAS e JUGOS
No amanhecer, não são só os pássaros que chegam para cantar, o som recortado pelo traço do paralelo em que assenta a curva da roda do carro de bois, também adianta o dia.
Vacas e bois são quem puxa. O cheiro característico que os segue é fardo que nos guia até eles. Umas vezes cheios, outras vazios, os carros aumentam o som no espaço.
No corpo limpo ou marcado, pelas crostas de bosta seca, o pêlo avermelhado ou malhado a branco e preto, tão daqui, deste lugar onde a Ria entrecorta o chão e avança lentamente com seus braços de água.
Em junta seguem os animais sob o jugo de madeira lavrada que assenta nos robustos pescoços ligados por brochas e figuras geométricas, a talha já tão macerada por anos de trabalho.
dois bois de olhos grandes
um homem calçado de socas e uma longa vara
o ritmo de todos
faz a música do dia
as patas dos animais pousando conforme a carga
o toque da vara no lombo dos bois
as socas a bater no granito os olhos dos três
encerram
um pensamento vagaroso e belo
anunciam
mais um dia de trabalho
Inez Andrade Paes
quinta-feira, 8 de junho de 2023
terça-feira, 23 de maio de 2023
quinta-feira, 6 de abril de 2023
terça-feira, 21 de março de 2023
Leio o que me pertence
leio o que me pertence
e de mim
transparente
água
Inez Andrade Paes in Todos os Dias
quarta-feira, 8 de março de 2023
UMA MULHER CEGA PEGA NA MINHA MÃO
uma
mulher cega pega na minha mão
e
todas as pontas
dos
seus quatro dedos da mão direita
percorrem
as linhas da minha
como
sílex que corta um caminho no chão
calada
oiço a sua respiração
vejo
os seus olhos parados
por
cima do interior das pálpebras
como
se a leitura lhe indicasse
todo
o meu passado
respira
fundo
fecha-me
a mão e sorri
fechando
em si a sua mão e dentro dela
toda
a poeira inscrita
nas
palavras que me deixam transparecer
todo
o amor
Inez Andrade Paes
(Todos os Dias 25 de Agosto de 2019)