quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Retrato do Poeta"

Retrato do Poeta (detalhe) de Rui Paes, 2009


vejo-te
na hora tardia de Sol
que se põe
.
morno

..Inez Andrade Paes



Lorraine Hunt - Lieberson at Ravinia. Baghdad Cafe: Calling You


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

GAVIÃO



deste teu olhar Gavião
de desprezo absoluto
ou indignação? .......és um jovem caçador

das aves de rapina o mais rápido
nos espaços exíguos das moitas
sai de lá com sua presa

na particularidade com que depenas a ave pequenina
brevemente páras e olhas em redor
com teus olhos de sobrolho em riste
grande em cabeça pequena
qualquer outra ave ..........de. pena
desaparece com tua presença
a não ser a da tua espécie que te cobiça a presa

deste teu olhar Gavião
quanta liberdade poderás viver ainda
?

Inez Andrade Paes

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Trocando palavras

"...pena que Dr. Adrião Rodrigues , homem de tal envergadura moral e intelectual , não tenha assistido à queda de um ditador por vontade firme do Povo Egípcio na Praça Tahrir LIBERDADE, e ver como esse sentimento conquistado se traduz num fogo de artifício surpreendente e mágico. Momento histórico que mudará a cena política em todo o Oriente.
A imprensa tornou-se livre e conquistou sua legítima liberdade."

Inez Andrade Paes e Virgílio de Lemos, esta noite de 11 de Fevereiro entre as dunas da Bretanha do Sul e a Quinta entre braços de Ria.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O GATO-PRETO E AS ROLAS-TURCAS DA LARANJEIRA

- se eu tivesse as asas que me caíram ontem? - choramingava o Gato-preto do muro - - se tu tivesses as asas que te caíram ontem Gato? As laranjas cairiam ao chão. - respondiam as Rolas-turcas - - se eu tivesse as asas de ontem? - repetia-se o Gato-preto - - se tu tivesses as asas de ontem, voaríamos até ao alto daquele telhado. - respondiam as Rolas-turcas - - Se as asas me tivessem querido até hoje? - continuava o Gato-preto - - não estaríamos aqui Gato. Porque do alto do telhado te avistaríamos como o Gavião avista a mais pequenina ave. - respondiam as Rolas-turcas - - ajudem-me aqui a chegar até esse ramo. - pedia o Gato-preto - - não podemos Gato, o teu corpo é mais pesado que o nosso e cairíamos os três ao chão e nossas cabeças seriam um batuque para todas estas laranjas que aqui estão. - respondiam as Rolas-turcas - - resta-me aqui ficar a olhar-vos, belas Rolas. - suspirava o Gato-preto - serás então nosso espelho, Gato. Com esse teu belo e negro brilhante pelo. - respiraram fundo as Rolas-turcas - Inez Andrade Paes