separadamente
uma aqui outra ali
duas árvores mortas
em pé
com o tronco esburacado com a ajuda de um pássaro
no chão corre uma planta que se ergue na árvore morta
e nos restos dos braços da árvore
a planta iça as suas hastes longas
e tenta chegar à outra
dança
balança
e cresce e quase se lança
o vento sopra e a haste enrola-se
no galho mais fino que sobra na ponta daquele ramo
agora a planta veste a saia que aperta
à outra árvore que ali se mantémduas árvores mortas
ali à espera do pica-pau que as livre das larvas
e lhes borde o tronco com rendas ocas que decoram a saia
Inez Andrade Paes
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