domingo, 7 de outubro de 2012
Ó da Régua
de musica se envolvia
brilhava com os instrumentos
bandas grandes
em Concertos domingueiros
um Coreto
um Coreto todo em ferro
de varandins trabalhados
agora enferrujados
porque de abandono se apresenta
este espaço altaneiro
abandonado
a voz emudecida que um dia foi ouvida
através das crianças enroladas nos ferros
em brincadeiras e danças
nas horas de maior silêncio
quando as mães descansavam sentadas a olhar para os filhos
pensando neles maestros ou músicos ou engenheiros
(e quem preservaria o Coreto?)
que ali as unia nas tardes quentes
onde os músicos afinavam sons agudos sons graves
ajudados ali perto pelos melros
hoje
resta o coitado
do Coreto
para ser olhado
desprezado
enferrujado
à espera que alguém venha
lhe dê um banho de areia
enquanto a ferrugem
não lhe leve toda a liga
Ó da Régua
que é da música?
Inez Andrade Paes
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Coração imenso e generoso o teu, POETISA!
ResponderEliminarHá sempre tempo, para não deixar morrer estes belos palcos.
ResponderEliminarAbraço amigo