sábado, 30 de outubro de 2021

ÁGUA SILÊNCIO SEDE


Tanta Gente, Mariana

e todas as bocas caladas

o silêncio habita as palavras

aqui

tão perto

o tom branco

a contrariar

a palavra

escrita neste risco mais profundo

que desenha

 A Janela Fingida

e o Jasmim a tocar nela

 

cuido da flor

frágil

que nasce ao pé da casa

 

no íntimo da palavra

que rebola acesa e limpa

uma esfera de fogo

como uma coisa linda

 

a luz que da bola sai

a luz que dela escorrega

é uma luz

silenciosa

crua

Além do Quadro

ao mesmo tempo dolorosa

 

Inez Andrade Paes in Água Silêncio Sede, Homenagem Poética a Maria Judite de Carvalho no centenário do seu nascimento - Poética edições, 2021

2 comentários: