sexta-feira, 30 de novembro de 2012



Colaboração fotográfica no livro Maravilhar-se da Escritora, Rachel Carson 
Edição da Campo Aberto e da Editora Sempre-em-Pé
Inez Andrade Paes

sábado, 24 de novembro de 2012


 


frágil encanto

limita a realidade inexorável da tarde
concentra o pormenor
da luz aberta
até à folha

quase morta

Inez Andrade Paes

sábado, 3 de novembro de 2012

Poema



dói-me a marca do golpe
que o vento deu ao ramo
que me bateu

foi rabanada bárbara
sem arma   sem cordel ou chicote
de mão tapada

foi vento forte
em pausa breve
de manhã
quando a luz ainda acorda

foi vento agreste
levado e empurrado
pelo Deus zangado
insomne pelas iras da noite

fui eu
que a levei

marca-me a ira
sem a culpa que reclamo
seja imputada
na altura em que o vento
ainda vinha ao longe
e bateu no ramo

saber que o ramo
se deixou pousado
sem levantar as folhas
para que uma delas me avisasse

penso agora
porque será que o vento
não nos abraçou simplesmente
e se deixou desfazer
com a ternura da árvore
e deitou a cabeça no meu regaço?

lentamente cicatriza a ira
a culpa?

ninguém a tem
quando o ciúme impera ainda
imune de qualquer nome

Inez Andrade Paes



 

      
          ... transparece de ti Lua, um homem que leva um fardo...