Pandemus
no lume
uma agonia
entre dois gumes
um mortal outro difuso
anagrama sem memória da própria chave
neste confronto uma parte
humana
o lapso a manha
a mordaça cautelosamente desiluminada
imprevista
na redonda concha que circula como um pequeno botão
imperfeito
que rebola na estrada de pequena inclinação
são as mãos só mãos de clemência de curvatura hexagonal
que se vêem a sacudir
por trás de batas brancas
limando o que nada se mantém
é parca
a memória humana
Inez Andrade Paes
Poema publicado na Revista Reis n.º 55, Ovar - 2021
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