domingo, 21 de fevereiro de 2021

  

Pandemus             

 

no lume

uma agonia

entre dois gumes

um mortal          outro difuso

anagrama sem memória              da própria chave

neste confronto uma parte

humana

o lapso                 a manha

a mordaça          cautelosamente              desiluminada

imprevista

na redonda concha que circula como um pequeno botão

imperfeito

que rebola na estrada   de pequena inclinação

são as mãos       só mãos de clemência   de curvatura hexagonal

que se vêem a sacudir

por trás de batas brancas

limando o que nada se mantém

 

é parca

a memória humana

 

Inez Andrade Paes

 
Poema publicado na Revista Reis n.º 55, Ovar - 2021

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