segunda-feira, 20 de junho de 2016

 




                            A Pedro Casteleiro pela"A República dos Pássaros"  
           

quando os pássaros se escapam do meu sorriso
procuro-os e esquivo-me dobrando o olhar em riso
sabem que as plantas que guardo à superfície dos lagos
são para criar raízes e caules
transplanto-as para que cresçam árvores
que depois os pássaros irão usar antes da partida para sul

sei que sou precisa neste Norte gelado
as minhas mãos têm calos
porque os pássaros são francos amigos de asas
voam em cada bocado de céu
esteja claro ou a fímbria de luz desvanecendo-se

vem pois a casa é tua
a incandescência dos olhos é guia nocturno

Inez Andrade Paes
Válega, 11 de Março de 2015

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