sábado, 3 de novembro de 2012
Poema
dói-me a marca do golpe
que o vento deu ao ramo
que me bateu
foi rabanada bárbara
sem arma sem cordel ou chicote
de mão tapada
foi vento forte
em pausa breve
de manhã
quando a luz ainda acorda
foi vento agreste
levado e empurrado
pelo Deus zangado
insomne pelas iras da noite
fui eu
que a levei
marca-me a ira
sem a culpa que reclamo
seja imputada
na altura em que o vento
ainda vinha ao longe
e bateu no ramo
saber que o ramo
se deixou pousado
sem levantar as folhas
para que uma delas me avisasse
penso agora
porque será que o vento
não nos abraçou simplesmente
e se deixou desfazer
com a ternura da árvore
e deitou a cabeça no meu regaço?
lentamente cicatriza a ira
a culpa?
ninguém a tem
quando o ciúme impera ainda
imune de qualquer nome
Inez Andrade Paes
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BONITO
ResponderEliminarcomeça a ter laivos genéticos de beleza
beijinho
Beijo, esses estão lá há muito, embora a "frente" seja a mesma as chamadas de atenção divergem na intensidade emocional. Era mais serena...
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