sábado, 17 de agosto de 2013
terça-feira, 6 de agosto de 2013
A QUALQUER UM COM OLHOS ASSIM
teus olhos verdes
guardam jóias
que só brilham quando o sol lhes bate
assim sorria ela com seus olhos verdes
e se eu olhava ela olhava para os sapatos
pretos daqueles duros de verniz
e apertei no peito
até quase sem ar e sem respeito atirar-tos ao peito
como alfinete decorado de rubis
teus olhos verdes fecham-se quando sorris
e o brilho da madrugada nessas jóias lembra-me que hoje
a tua gargalhada ecoa perto de mim
teus olhos verdes
guardam jóias
que só brilham quando o sol lhes bate
assim sorria ela com seus olhos verdes
e se eu olhava ela olhava para os sapatos
pretos daqueles duros de verniz
teus olhos verdes
guardam todos os segredos que eu não quis e apertei no peito
até quase sem ar e sem respeito atirar-tos ao peito
como alfinete decorado de rubis
teus olhos verdes fecham-se quando sorris
e o brilho da madrugada nessas jóias lembra-me que hoje
a tua gargalhada ecoa perto de mim
atira-me essas jóias em lágrimas
guardá-las-ei no jardim perto daquele ninho de chapim
Inez Andrade Paes
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
quarta-feira, 31 de julho de 2013
quarta-feira, 24 de julho de 2013
sábado, 20 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
Som e sangue e a passividade do Amor
um vulto arrasta o ar violentamente ferido
de morte tomba
numa emboscada
barridos cortam estalos de cigarras na imensidão agreste;
ferido de morte
em poça de sanguefica
outros barridos numa retirada descontrolada
corrempara que lado
há morte
o homem está em guerra
contratadaarmas poderosas estudadas ao milímetro
para um tiro
de morte
está
com lágrimas grossas a cortar poeira
olhos grandes
como pedras de negro vidro brilhante
o homem está em guerra
arrasafloresta e arbusto cerrado
a matriarca foi morta
emboscadapreparada
descontrolada a manada
corta o mato parado
seco sós
e a sombra dos seus corpos
o homem está em guerra
na poça de sangueplantas encarnadas trazem à memória
um dia alguém deu ordem
Matar Elefante
Inez Andrade Paes
segunda-feira, 1 de julho de 2013
O acordo do desacordo.
Quando acordamos no sentido das palavras, muitas vezes já
somos adultos.
- Um Espectro de Luz, senhores –
Mas há palavras que nos tocam desde muito pequenos - o
caso da palavra espectador - de que somos parte, em casa, na escola, a brincar
e até quem teve oportunidade de ir ver um espectáculo.
Somos Espectadores.
A palavra Espectadores, que li num panfleto publicitário de
uma Câmara Municipal como “Espetadores”.
Agora mandam-nos escrever assim, ”Espetadores”
No panfleto: “Estavam
lá 50 mil espetadores”.
Pergunto, espetadores de quê? O que é que 50 mil, espetavam?
Inez Andrade Paes
sábado, 29 de junho de 2013
sexta-feira, 28 de junho de 2013
laboriosamente enrolam-se chagas e outras plantas
do escuro do chão avançam
com tons de sol e cheiro amargo elas
as outras
pálidos verdes atados
já sem estrutura
tombados
secos
miseravelmente à espera de um engaço que os arranque
e deixe de novo a raiz atenta
a nova chuvada
que o vice
e se alargue a planta
Inez Andrade Paes
sábado, 22 de junho de 2013
quinta-feira, 20 de junho de 2013
sábado, 15 de junho de 2013
segunda-feira, 10 de junho de 2013
“Adeus.
Agora
vou deixar-te poesiaque termina o dia
e a noite começa”
deixado na campa de Glória de Sant’Anna, com um vaso de crisântemos.
o olhar ficou
as lágrimas ainda
são gladíolos e crisântemos
deixados na pedra branca
chuva contínua pequenina
roxos gladíolos
abraçaram os crisântemos mancharam o papel e a tinta
Inez Andrade Paes
segunda-feira, 3 de junho de 2013
quarta-feira, 22 de maio de 2013
quarta-feira, 15 de maio de 2013
Poeta, Eduardo White / foto de Bruno Mikahil
Vencedor do Prémio Literário Gloria de Sant’Anna - 2013
Até ao sal, disso, indiferente.
indeformáveis e intactos.”
Eduardo White In O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados - ALCANCE EDITORES – Moçambique
Teresa Roza D’Oliveira – Artista Plástica
Eugénio Lisboa – Ensaísta e Crítico Literário
Victor Oliveira Mateus – Escritor
Américo Matos – Director do Jornal de Válega
Vencedor do Prémio Literário Gloria de Sant’Anna - 2013
“Nada,
Nem sequer um limpo pranto,
Um olhar branco, uma agonia.
Nada.
A tudo é imune, o faquir,Até ao sal, disso, indiferente.
Ele, o rosto e o corpo,
Nitidamente permanecemindeformáveis e intactos.”
Eduardo White In O Poeta Diarista e os Ascetas Desiluminados - ALCANCE EDITORES – Moçambique
Júri
Fernanda Angius – Estudiosa de Literatura MoçambicanaTeresa Roza D’Oliveira – Artista Plástica
Eugénio Lisboa – Ensaísta e Crítico Literário
Victor Oliveira Mateus – Escritor
Américo Matos – Director do Jornal de Válega
domingo, 5 de maio de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Como esta criança, de certeza tantas outras se abrigam dentro das suas linhas imaginárias. Agora que a vida tornou-se numa correria e o tempo real é esquecido, estas crianças são o reflexo de um futuro próximo.
abandono
um deserto em
cima da cabeça de uma menina
esquecida
na linha
determinada em consciência
abandono
decidido e capaz
liberta dos maus
liberta de pena
na linha do âmago
em que o duro
chão
é colo
só dela
Inez Andrade Paes
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