sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
FORMIGA
formica
de ontem
pensei nas madrugadas das musicas da noite quando o pão chegava com o cacimbo
de hoje
o pão é de véspera sem o croustillant quebrado no golpe do meio do papo
de ontem
as grandes formigas carregavam ligeiras as maiores migalhas
de hoje
aquelas pequeninas entram nas migalhas duas e três
e movimentam-nas sem patas no chão
de dois continentes figuras castanhas de tamanhos diferentes
com sabor a formica na língua ferrada entre cristais de açúcar
Inez Andrade Paes
quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
MANCHETES - 13 de Janeiro de 2010
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
PASSARINHO DA CHUVA
Parus major juvenil
tudo chora
as árvores
as paredes
as penas dos pássaros
o gato é uma estátua molhada na eira do vizinho
magro
na eira
só
com a vassoura da última varridela
o sol não quer vir ter connosco
as ancas fortes e robustas das nuvens
empurram a claridade
os cirros lá mais ao alto
são vidraças geladas
a chuva pára
o passarinho da chuva canta
mais chuva vem anunciada
tudo chora à volta
na eira
o gato
de barriga limpa para se manter quente
o cabo da vassoura entorta
o choro das Rolas-turcas anuncia a ida do Falcão-peregrino
à volta do limite tudo chora
Inez Andrade Paes
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