segunda-feira, 18 de novembro de 2024

hei-de chorar o tempo











hei-de chorar o tempo

que demoraram os teus passos

a chegar 


a partir


e depois 


o tempo

hei-de chorar


.

Inez Andrade Paes in todos os dias, (foto) 2024 



sexta-feira, 18 de outubro de 2024






POESIA Y OTRAS LETRAS 

"Sobre a água dentro dela anda uma ponte" 

domingo, 6 de outubro de 2024


 

no silêncio desta casa  in Revista Chicos Cataletras 76

segunda-feira, 29 de julho de 2024


A partir de dois versos de Garbo Gomes

 A simples razão do silêncio importa de Inez Andrade Paes

in QUIASMO - Artes Letras e Ciência 

terça-feira, 2 de julho de 2024

 

a arrogância engole-se com osso

a couve

com talo

se comes papas cuidado com o último dente


Inez Andrade Paes in todos os dias

domingo, 26 de maio de 2024

 noventa e nove anos e saudade 


o amor 

sempre presente 

a rectidão

a segurança


a dor espargida levando a mágoa para longe


sem olhar 

a constante observação

a respiração breve

como um pequeno pássaro

que levo em minha mão


serás sempre 

quem 

o meu rosto ilumina


abro a porta e estás 

absorta 

por trás do teu rosto

 1 de Tchaikovsky


consigo dar-te a mão 

e deixar

o pequeno pássaro 



Inez Andrade Paes in Todos os dias (26 de Maio) 


 Tchaikovsky: Piano Concerto No. 1, Op. 23


sábado, 6 de abril de 2024


 





Inez Andrade Paes in Todos os dias, 2010

quinta-feira, 21 de março de 2024

que sabes



que sabes 

do verso

que é sentido 

do amor

que é só 


Inez Andrade Paes in todos os dias - 21 de Março de 2024

sábado, 3 de fevereiro de 2024

"Humuvia"

 



parto à morte que me cerca

parto à morte 

que me cega

nestas águas transparentes



Quatro primeiros versos do poema com o qual colaboro em: "Humuvia" Antologia poética organizada por F. Domene, S. Aguaded e D. Pérez Venegas; Palabras Mayores – Editorial Alhulia, Granada, 2023 (p.35)


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

“O Fogo do Fogo No Fogo”

 







A Luísa Demétrio Raposo pelo seu livro  “O Fogo do Fogo  No Fogo”

 

erupções voluptuosas

que se tresmalham entre a suave

pétala

e a crueza carnal de lasciva súplica

incompreensão ?

serão palavras as culpas de um corpo

que se desnuda e a social ética

sobressai            gela entre olhares de dúvida

e a vermelhidão espásmica alterando o sangue

em desvario

comam e bebam sem descanso            lambam as carnes menos insanas


toquem todos os sinos

 

Inez Andrade Paes 


sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Em baldio

 


em baldio se deita a terra de lavra inteira




Primeiro verso do poema com o qual colaboro em: "O Sangue dos Rios - Poetas celebram Fernando Namora" - Antologia poética organizada por Pedro Miguel Salvado, António Lourenço Marques e Carlos d'Abreu; Edição da Câmara Municipal do Fundão, 2019 (p.51)

Homenaje ibérico al escritor portugués Fernando Namora

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

ama

.

ama

alza lo sguardo all’orizzonte

lì al crepuscolo la morte lascia la pace

afferra il filo della coscienza

non lasciare che quel vestito si spiegazzi

per un peso che non è il tuo

solleva il velo che si è acceso

ci sono mani nel grembo di quell’orizzonte

e presto si diffonderà in una forte luce di fuoco


(inedito, 2021)


Incontro con la poesia di Inez Andrade Paes, traduzioni e critica poetica di Yuleisy Cruz Lezcano 


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

os dias partem palavras


















os dias partem palavras

construindo

em nós

silêncios


Inez Andrade Paes in Todos os dias 2005

Foto: CBlomberg

quarta-feira, 1 de novembro de 2023


Iolanda Aldrei, lê o poema "todos vão de férias" do livro 
"Sobre a Água Dentro Dela Anda uma Ponte" (p.21) Glaciar, 2018

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

SILÊNCIO

 








pelo silêncio a tua palavra escuto 

Inez Andrade Paes in "Todos os dias" 

terça-feira, 5 de setembro de 2023

in É o teu rosto fecundo entre bivalvesRevista Caliban, 2017 

Leitura do livro "Serão os Cisnes que Voltam?" de Alfonso Pexegueiro

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

CANGAS e JUGOS









No amanhecer, não são só os pássaros que chegam para cantar, o som recortado pelo traço do paralelo em que assenta a curva da roda do carro de bois, também adianta o dia.

Vacas e bois são quem puxa. O cheiro característico que os segue é fardo que nos guia até eles. Umas vezes cheios, outras vazios, os carros aumentam o som no espaço.

No corpo limpo ou marcado, pelas crostas de bosta seca, o pêlo avermelhado ou malhado a branco e preto, tão daqui, deste lugar onde a Ria entrecorta o chão e avança lentamente com seus braços de água. 

Em junta seguem os animais sob o jugo de madeira lavrada que assenta nos robustos pescoços ligados por brochas e figuras geométricas, a talha já tão macerada por anos de trabalho. 


dois bois de olhos grandes

um homem calçado de socas e uma longa vara

o ritmo de todos

faz a música do dia

as patas dos animais pousando conforme a carga 


o toque da vara no lombo dos bois

as socas a bater no granito os olhos dos três 

encerram 

um pensamento vagaroso e belo


anunciam

mais um dia de trabalho


Inez Andrade Paes

sexta-feira, 2 de junho de 2023





                    "em  memória de tudo em que estás viva"


2 de Junho de 2023